🌿 Como nasceu Alfwin: A fantasia que brotou da escuridão

Eu queria contar uma grande história. Queria mundos, reinos, magia… mas a verdade é que Alfwin nasceu num momento em que eu não conseguia ver nada disso.

Na época, eu estava enfrentando uma depressão silenciosa, daquelas que não grita, mas vai apagando a gente por dentro. Eu me sentia desconectada do mundo, das pessoas, até mesmo de mim. A vida parecia distante, como se eu estivesse assistindo tudo por detrás de um vidro fosco. E foi exatamente nesse lugar escuro que nasceu a luz.

Alfwin surgiu como um sussurro. Primeiro, foi uma imagem: uma floresta antiga, onde o tempo parecia respirar diferente. Depois, uma voz — suave, mas firme — me chamou. Era uma mulher de cabelos prateados. Ela me olhava como se me conhecesse desde sempre. E atrás dela, um homem de olhos profundos e presença serena. Eu ainda não sabia seus nomes, mas senti algo que há muito eu não sentia: curiosidade. E esperança.

Foi assim que conheci Jocelyn e Eldred. Eles não eram apenas personagens. Eram guias. Eram partes de mim que estavam tentando me lembrar de algo que eu havia esquecido: que a luz ainda existe, mesmo nas noites mais longas. Que mesmo no sofrimento, ainda há beleza. E que a imaginação pode ser uma ponte de volta para nós mesmos.

Cada pedaço de Alfwin que eu escrevi foi como respirar de novo. Era como abrir uma janela em um quarto fechado há anos. A cada linha, eu me sentia mais viva. Escrever esse mundo me curou em partes que nem a terapia alcançava. Não foi fácil. Tive recaídas. Tive momentos em que duvidei de tudo. Mas eles estavam lá. A floresta, a luz, os guerreiros da Sociedade Prisma, a jovem Amaris, e tantos outros que nasceram dessa escuridão — todos eles me deram força.

Talvez por isso Alfwin seja mais do que fantasia. É uma terra onde a luz não apaga, mesmo quando tudo parece perdido. É um lembrete de que mesmo quando não acreditamos mais na nossa própria história, ela ainda pode ser reescrita. Alfwin não foi criado apenas para entreter. Ele foi criado para salvar. Primeiro a mim. Agora, espero, a quem mais precisar.

Se você está lendo isso e sente que está num túnel sem fim… saiba: há um reino dentro de você esperando para ser descoberto. Um reino de luz, feito de pedaços seus que ainda acreditam no impossível.

Com carinho,B.F. Hasckel