📖✨ Resenha Completa — Jocelyn

Se em Alfwin somos apresentados ao nascimento de uma lenda, em Jocelyn mergulhamos no coração dessa lenda viva. O segundo livro da Quadrilogia Luz convida o leitor a atravessar as brumas do tempo e conhecer a história da mais enigmática e luminosa das figuras de Alfwin: Jocelyn Goleuedig, a Rainha de Luz.

Desde as primeiras páginas, a narrativa se embrenha em um passado esquecido pelos homens, onde o poder dos antigos ainda circulava pelas raízes das árvores sagradas e as estrelas sussurravam canções de aviso para aqueles capazes de ouvi-las. Jocelyn é filha da antiga linhagem dos Seres de Luz, nascida sob a promessa de um reinado que manteria o equilíbrio entre os mundos. Dona de longos cabelos prateados e olhos que refletiam os segredos dos céus, ela carrega em si não apenas a herança dos antigos, mas também a maldição de ser aquela que precisaria escolher entre o amor e o dever.

A trama se desenvolve num período em que as forças das trevas avançam sobre Alfwin, corrompendo as florestas, envenenando as águas e tentando extinguir a pureza dos corações. Enquanto isso, no coração da rainha pulsa um amor proibido, ardente e impossível. Seu sentimento por Eldred, o príncipe de uma linhagem marcada pela guerra, desafia as antigas leis do reino e a coloca em rota de colisão com as tradições que jurou proteger.

Entre alianças secretas, batalhas mágicas e rituais ancestrais, Jocelyn luta não apenas contra exércitos de sombras, mas contra os próprios demônios interiores. A rainha precisa carregar o Livro da Luz, um antigo artefato que contém os segredos da criação e profecias que podem salvar ou condenar a Terra. Ao longo do livro, os leitores são presenteados com fragmentos dessas profecias — poemas místicos, preces antigas e passagens que mais parecem sussurros do tempo — elementos que aprofundam a atmosfera mística e lendária da obra.

O grande mérito de B.F. Hasckel aqui é a capacidade de construir uma personagem feminina complexa e magnética. Jocelyn não é apenas uma heroína luminosa; ela é uma mulher que sangra, que ama, que erra e que carrega o fardo de todas as escolhas. É nesta obra que compreendemos as origens de muitos dos mistérios apresentados em Alfwin, e a importância do legado que Jocelyn deixa para as gerações futuras.

Com uma escrita evocativa, repleta de imagens etéreas e diálogos carregados de significado, o livro é um verdadeiro canto épico. Cada capítulo é uma dança entre o sonho e a realidade, onde o leitor é envolvido em um jogo de espelhos e memórias, questionando o que é destino e o que é escolha.

Jocelyn não é apenas uma sequência digna de seu antecessor — é um mergulho profundo no coração do universo de Alfwin, um livro que transforma quem o lê e deixa uma marca luminosa na alma. Uma obra que fala de amor, coragem e da eterna batalha entre luz e trevas que cada um de nós carrega dentro de si.